Perder peso não é apenas uma questão estética!
- Olavo Porepp
- 3 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de mar.
O excesso de peso é comumente associado a um problema estético. Embora a questão estética seja importante para grande parte da população, tal pensamento omite e gera confusão em relação aos benefícios da perda de peso que vão além da estética.

A obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de peso, mais especificamente o excesso de gordura. Tal caracterização ocorre em partes devido ao fato de pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 30 Kg/m² possuírem um risco aumentado de mortalidade e doenças cardiometabólicas, e essa relação apresenta um risco crescente conforme o aumento do IMC.
Todavia, quando a pessoa com obesidade pensa em perder peso, logo vem à mente a ideia de atingir logo o peso ideal. Em muitos casos, esse é um objetivo de longo prazo e difícil de ser alcançado.

Para além disso, esse tipo de pensamento negligencia o processo de perda de peso e seus benefícios de curto prazo. Em outras palavras, a pessoa não precisa atingir o peso ideal para ver benefícios na sua saúde e na sua vida.
Felizmente, existem dados demonstrando que uma perda de peso modesta já repercute positivamente na qualidade de vida, no sono, nos valores de glicemia e colesterol, na função sexual e em outros indicadores de saúde. Inclusive, uma perda de apenas 5% do peso corporal já é considerada importante sob o ponto de vista de saúde.
Por exemplo, na síndrome do ovário policístico e na infertilidade, uma perda de peso modesta (entre 2 e 5%) pode trazer melhorias nas irregularidades menstruais e na fertilidade.
Ainda, perder 2,5% ou mais do peso corporal pode melhorar os níveis de triglicerídeos e de glicose. Enquanto perdas de 5 a 10% estão associadas a melhoras na pressão arterial e nos níveis de colesterol.

Em alguns casos, perdas maiores de peso (10 a 15%) podem ser necessárias para ver melhorias, como é o caso da apneia obstrutiva do sono e do acúmulo de gordura no fígado.
Mas, em suma maioria, com uma perda de peso modesta (5 a 10%) já é possível verificar uma melhoria gradual nas medidas de qualidade de vida, depressão, dores no joelho, disfunção sexual e incontinência urinária de esforço, sendo que com uma maior perda de peso há melhorias adicionais.
Por fim, vale ressaltar que visualizar e entender a obesidade como uma questão de saúde, facilita o tratamento e, inclusive, a busca pelo peso ideal. Contudo, a pressão estética imposta pela sociedade é tão intensa que prejudica a busca pela saúde e tratamento adequado. Afinal, atingir o corpo considerado "ideal" pode ser uma tarefa hercúlea. Por outro lado, melhorar a qualidade de vida e a saúde é um objetivo palpável para qualquer pessoa.
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